O Essencial é Difícil de Ver: Temas importantes pouco incluídos nos processos educativos

Tendo recebido de Lygia Franklin e Sergio Seixas, meus queridos amigos e parceiros de caminhada (se tornando longa!) um convite para escrever sobre educação, num primeiro momento me calei.

Porque neste grande cruzamento da vida que se faz presente em nosso pequeno planeta. Um cruzamento nas dimensões do tempo, das idéias, de forças psíquicas coletivas, de tradições espirituais, com um passado que insiste em retornar e sufocar um futuro que se esforça para nascer, me disseram que no Facebook ninguém lê mais do que um parágrafo.

E falar sobre 20 anos de experiência como educador em saúde, meditação e espiritualidade em dois parágrafos. Não consigo!

Mais, escrever sobre educação num momento em que as reformas curriculares da nossa querida nação retiraram a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia. Fico aqui refletindo se os temas que abordo teriam alguma relevância.

Pois se aprender a refletir, pensar, conceituar, e exercer crítica, enfim, a busca da sabedoria pelo logos (Filosofia), e aprender a observar, avaliar, julgar as forças que tecem uma sociedade, especialmente sobre as relações de poder que estruram sociedades (Sociologia), não são temáticas indispensáveis a todos, fico me perguntando sobre a receptividade dos assuntos que considero essenciais para que o passado finalmente permita que o futuro seja parido no presente (Parafrasenado a “Parição da Presença, uma das peças literárias dos parceiros de caminhada). O Essencial é difícil de ver.

Pois, me mobilizei…

Decidi escrever pelo menos uma breve descrição dos assuntos que considero essenciais para um futuro decente do humano neste planeta, além da Filosofia e da Sociologia. São eles:

I) Saúde

Ou: Porque não chamar a medicina contemporânea de alternativa? (citando titulo de um artigo de antropologa da saúde). Nosso sistema de saúde foi fundamentado nos últimos 200 anos em uma ciência das doenças, e seu combate. Saúde é algo a ser nutrido, construído, promovido. A mudança de um modelo de doença para um modelo de saúde é fundamental para o empoderamento do humano.

Pessoalmente organizo esta temática em 3 niveis:

1.1) O Cultivo da Saúde Psicoemocional, através da restauração da capacidade humana de sentir, digerir, e integrar a força vital das emoções. Para que as emoções sejam fonte de nutrição e não de sofrimento.

1.2) O Cultivo da Vitalidade: Restauração da capacidade do corpo humano acumular vitalidade, para que a passagem do tempo seja experimentada com prazer. Afinal lá na frente não estará mais a decrepitude, aquela imagem de senhores e senhoras andando com bolsinhas de remédios, sem os quais a vida supostamente não seguiria em frente.

1.3) A Nutrição em seu aspecto material: O que comer e como produzir nosso alimento

 

II) Propósito de Vida

Este força interna que nos faz levantar, olhar para vida e sentir que ela tem propósito. É considerada em algumas tradições como a expressão superficial de um contrato. Um contrato para existência singularizada, entre o grande campo da força vital, inteligente, e suas individuações. Retirar do humano a possibilidade de exercer os termos do acordo da vida é algo que vem sendo, repetidamente, imposto por diversas forças que por aqui atuam.

Por experiência pessoal, algumas culturas antigas mapearam e desenvolveram uma psicologia e uma fisiologia do propósito de vida. Sua transmissão é indispensável.

 

III) Relacionamentos e Sexualidade

Este para mim é o grande desafio do educador. Tendo me lançado durante décadas em estudos e experimentações sobre as formas de transmissão, continua sendo o mais complexo.

Existiu na antiguidade um corpo de saberes e um processo educativo sobre relacionamentos íntimos e vida sexual. 

Estes saberes tratam os relacionamentos intimos como uma forma profunda de transformação psiquica e evolução da consciencia.

Qual é o papel da sexualidade humana? Porque foi objeto de controle por diversos setores sociais? Qual papel que tem na espiritualidade? Qual função exerce no propósito de vida?

Já tendo ultrapassado, talvez em muito, o limite deste meio de comunicação, concluo, me colocando aberto para diálogos futuros.

 

 

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